segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Uma breve introdução sobre o tecido conjuntivo

1- Epitélio Pavimentoso Estratificado Queratinizado, 
2- Tecido Conjuntivo Frouxo,
3- Tecido Conjuntivo Denso
De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se por preenchimento dos espaços intercelulares do corpo e a importante interfase entre os demais tecidos, dando-lhes sustentação e conjunto.

Morfologicamente, apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), constituído por uma parte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa (SFA), e por outra porção fibrosa.

Substância Amorfa: formada principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. Pode assumir consistência rígida, como, por exemplo, no tecido ósseo; e mais líquida, como é o caso do plasma sanguíneo.

Fibras: de natureza proteica, distribuem-se conforme o tecido, destacando-se:

Colágeno → fibras mais frequentes do tecido conjuntivo, formada pela proteína colágeno de alta resistência (coloração esbranquiçada);

Elásticas → fibras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, possuindo considerável elasticidade (coloração amarelada);

Reticulares → fibras com reduzida espessura, formada pela proteína chamada reticulina, análoga ao colágeno.

Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e manutenção, toda a diversidade do tecido conjuntivo em um organismo desempenha importante função de defesa e nutrição.

Os principais tipos em vertebrados podem ser subdivididos em dois grupos, a partir de uma classificação considerando a composição de suas células e o volume relativo entre os elementos da matriz extracelular: tecido conjuntivo propriamente dito (o frouxo e o denso), e os tecidos conjuntivos especiais (o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o sanguíneo).

Tecido Conjuntivo Frouxo

Caracteriza-se pela abundante presença de substâncias intercelulares e relativa quantidade de fibras, frouxamente distribuídas. Nesse tecido estão presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo: os fibroblastos ativos na síntese proteica, os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plasmócitos na produção de anticorpos.

Tecido Conjuntivo Denso 

Denominado de tecido conjuntivo fibroso, apresenta grande quantidade de fibras colágenas, formando feixes com alta resistência à tração e pouca elasticidade. É tipicamente encontrado em duas situações: formando os tendões, mediando a ligação entre os músculos e os ossos; e nos ligamentos, unindo os ossos entre si.

A organização das fibras colágenas nessa classe de tecido permite distingui-lo em: não modelado, quando as fibras se distribuem de maneira difusa (espalhadas); e modelado, se ordenadas.

Tecido Conjuntivo Sanguíneo (Reticular)

Esse tecido tem a função de produzir as células típicas do sangue e da linfa. Existem duas variações: tecido hematopoiético mieloide e tecido hematopoiético linfoide.

Mieloide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular dos ossos esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas.

Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o timo e as amígdalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos).

Tecido Conjuntivo Adiposo 

O tecido conjuntivo adiposo é rico em células que armazenam lipídios, com função essencial de reserva energética. Em aves e mamíferos (animais homeotérmicos), auxilia na regulação térmica (isolante), sendo distribuído sob a pele que constitui a hipoderme.

Tecido Conjuntivo Cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, desprovido de vasos sanguíneos e nervos, é formado por células denominadas condroblastos e condrócitos. O condroblasto sintetiza grande quantidade de fibras proteicas, e com gradual redução de sua atividade metabólica, passa a ser denominado condrócito.

Tecido Conjuntivo Ósseo 

Bem mais resistente que o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é constituído de uma matriz rígida, formada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio e vários tipos de células: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.

Os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões onde o tecido ósseo encontra-se em processo de formação, originando os osteócitos que armazenam cálcio. Os osteoclastos, por sua vez, são células gigantes que promovem a destruição da matriz óssea.

                                                

Mais a final quais são as patologias do tecido conjuntivo?

As Doenças do tecido conjuntivo (DTC) são um grupo de doenças auto-imunes sistêmicas que afetam o tecido conjuntivo do corpo. Pertencem ao grupo dessas doenças : Lúpus eritematoso sistêmico, polimiosite/dermatomiosite, doença mista do tecido conjuntivo, esclerodermia, síndrome de Marfan, síndrome de Sjogren, e dentre outras patologias que serão abordadas ao decorrer do blog. 



Patologias do tecido ósseo: Osteossarcoma




O osteossarcoma é a segunda malignidade primário mais comum do osso atrás do mieloma múltiplo. Contas osteossarcoma por 20% das neoplasias malignas do osso primário. Há uma preferência para a região metafisária dos ossos longos tubulares. 50% dos casos ocorrem ao redor do joelho. É um tumor maligno do tecido conjuntivo (soft), cujas células neoplásicas apresentam diferenciação osteoblástica e formar osso tumoral.

Causas

As causas do osteossarcoma não são conhecidas. Vários grupos de pesquisa estão investigando células-tronco cancerosas e seu potencial para causar tumores. A conexão entre osteossarcoma e fluoreto foi investigado, não há clara associação entre a fluoretação da água e as mortes devido a osteosarcoma.


Sintomas

Muitos pacientes se queixam de dor primeira que pode ser pior à noite, e pode ter ocorrido por algum tempo. Se o tumor é grande, ele pode aparecer como um inchaço. O osso afetado não é tão forte como os ossos normal e pode fratura com trauma mínimo (uma fratura patológica).

Como é realizado o diagnóstico?
 
É muito comum os pacientes já apresentarem o tumor em estágio avançado quando o diagnóstico é feito, o que dificulta o tratamento. Para o diagnóstico, além do histórico do paciente e do exame físico, o médico precisa de exames de imagem como: tomografia do tórax para procurar metástase pulmonar e cintilografia óssea para pesquisar metástases ósseas. Outro exame que costuma ser feito é a ressonância magnética do tumor primário para uma avaliação da extensão do tumor dentro da medula e dos tecidos moles que rodeiam o osso.
 
Como é realizado o tratamento de um Osteossarcoma?
 
Como as metástases costumam se espalhar, geralmente, para pulmões e outros ossos e geram alguns sintomas desde a fase inicial do tumor, o diagnóstico precoce é sempre muito importante para a escolha do tratamento mais adequado e para o prognóstico. Um forte fator prognóstico é o tipo de tratamento utilizado e a equipe que administra esse tratamento, sabendo-se que os centros de referência para este tipo de tumor com equipe multidisciplinar treinada e coesa, que tratam muitos casos por ano têm melhores condições de alcançar sucesso no tratamento.
 
A cirurgia oncológica ortopédica de ressecção em conjunto com a quimioterapia (adjuvante) é o principal tratamento, sendo uma opção que evita a amputação na maioria dos pacientes com esse tumor. Ao contrário de outros tumores, a radioterapia não tem valor no tratamento destes tumores. O diagnóstico precoce ainda é o maior trunfo para a cura e preservação dos membros afetados.

Patologias do tecido ósseo: Raquitismo


Raquitismo é uma doença causada pela falta de vitamina D que afeta os ossos das crianças. Os osso ficam amolecidos e frágeis devido a uma má absorção do cálcio. O cálcio é melhor absorvido quando há ingestão de alimentos ricos em vitamina D, uma vez que a alimentação seja insuficiente, como no caso desnutrição, pode aumentar as chances de raquitismo.
A vitamina D pode ser consumida através de alimentos como o óleo de fígado de bacalhau ou alimentos enriquecidos com a vitamina D. Uma outra maneira de aumentar os níveis dessa vitamina no sangue é através de exposição solar diária.
O raquitismo pode ser diagnosticado através de exame de sangue, raio x dos ossos e biópsia. O tratamento é feito com a ingestão de alimentos ricos em vitamina D, exposição solar e complexos multivitamínicos.
Sintomas
Os sintomas incluem: 
  • Baixa estatura para a idade,
  • Fraqueza muscular,
  • Grandes ossos ficam encurvados (braços e pernas),
  • Irritabilidade ou apatia,
  • Dentes tortos,
  • Articulações muito proeminentes,
  • Infecções respiratórias frequentes,
  • Corcunda.
Diagnóstico

Um exame físico identifica sensibilidade ou dor nos ossos, mas não nas articulações ou músculos.
Os seguintes exames podem ajudar no diagnóstico do raquitismo:
  • Gasometria arterial
  • Exames de sangue (cálcio sérico)
  • Biópsia óssea (raramente realizado)
  • Radiografia óssea
  • Fosfatase alcalina sérica
  • Fósforo sérico
Prevenção

Uma dieta balanceada e a exposição necessária ao sol são as principais armas no combate ao raquitismo. Diante de complicações não deixe de consultar um profissional, pois somente ele saberá recomendar a melhor abordagem.

Tratamento

A reposição da vitamina D auxilia na correção do raquitismo, quando realizada em associação à terapia de luz ultravioleta, por exemplo. Outros métodos já vêm sendo utilizados com sucesso e grande parte dos casos possui um prognóstico positivo. É importante consultar frequentemente um profissional e investigar o estado de saúde do bebê. Em muitas situações ele pode não estar recebendo a quantidade necessária de cálcio, necessitando, portanto, de um leite mais fortificado.
Diante dos sinais não hesite em procurar por ajuda. O tratamento do raquitismo pode melhorar consideravelmente a qualidade de vida da pessoa. Além disto, ajuda a prevenir uma série de complicações posteriores. Todos os bebês precisam de doses diárias de sol, converse com um médico para mais informações.

Patologias do Tecido ósseo: Osteopetrose




A osteopetrose, também conhecida como doença dos ossos de mármore,  consiste em uma rara doença hereditária, na qual os ossos tornam-se exageradamente densos, em decorrência de uma deficiência no processo de reabsorção óssea que ocorre por alteração da função dos osteoclastos. Pode ser classificada em:

* congênita ( maligna )
* tardia ( benigna )
   
A maior parte dos paciente apresenta um tipo maligno, o qual geralmente é diagnosticado na primeira década de vida. Ela está associada com déficit de crescimento. 

Sintomatologia

 O quadro apresentado pela forma maligna da osteopetrose aponta ossos densos, escleróticos e radiopacos, com cavidade medular dos ossos longos ausentes. Também podem ser observados: hematopoiese extra-medular; obliteração dos forames dos nervos cranianos, podendo levar a cegueira, surdez e paralisia facial; macrocefalia; protusão da fronte; hipertelorismo; aumento da pressão intracraniana; atraso da erupção dentária e retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. Essa doença também pode acometer o fígado e o baço devido a hematopoiese extra-medular.
Os pacientes evoluem para o óbito nos primeiros anos de vida, geralmente em decorrência da anemia, sangramento ou infecção.

Tratamento

Antigamente o tratamento para a osteopetrose maligna era somente paliativo, incluindo transfusões de hemácias e plaquetas e tentativas de controlar o metabolismo ósseo, aumentando a oferta de fosfato e diminuindo a de cálcio. Atualmente, existe a opção de transplante de medula óssea como tratamento definitivo. O transplante de medula óssea irá conferir novas células progenitoras que darão origem aos osteoclastos sadios. 

Doença mista do tecido conjuntivo (DMTC)


A doença mista do tecido conjuntivo é um conjunto de sintomas semelhantes aos de várias doenças do tecido conjuntivo: lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia, polimiosite e dermatomiosite.
Cerca de 80 % dos afetados por esta doença são mulheres. Podem ser afetadas pessoas entre os 5 e os 80 anos de idade. desconhece-se a sua causa, mas é provável que se trate de uma reação auto-imune.
Sintomas 
Os sintomas típicos são o fenômeno de Raynaud (quando as mãos e os pés arrefecem, ficam com manchas brancas e doridos), dor das articulações ou artrite, mãos inchadas, debilidade muscular, dificuldade em deglutir, acidez e sensação de falta de ar. O fenômeno de Raynaud pode preceder outros sintomas durante muitos anos. Contudo, o fenômeno de Raynaud é, em geral, um sintoma isolado que não faz parte das doenças do tecido conjuntivo. Independentemente do modo como a doença se inicia, esta tende a agravar-se progressivamente e os sintomas estendem-se a várias partes do corpo.

Com frequência as mãos estão tão inflamadas que os dedos parecem salsichas. Pode aparecer uma erupção em forma de asas de borboleta de cor púrpura no rosto e na cana do nariz, manchas vermelhas nos nós dos dedos, uma coloração violeta das pálpebras e veias em forma de aranha no rosto e nas mãos. O cabelo pode tornar-se fraco e podem manifestar-se alterações na pele semelhantes às que se produzem na esclerodermia.

A maior parte das pessoas que sofrem da doença mista do tecido conjuntivo sofre dor nas articulações e 75 % desenvolve a inflamação e a dor características da artrite. A doença mista do tecido conjuntivo lesa as fibras musculares; por isso, os músculos podem sentir-se fracos e dolorosos, especialmente nos ombros.
Diagnóstico

Os médicos consideram que se trata de uma doença mista do tecido conjuntivo quando se sobrepõem alguns sintomas de lúpus eritematoso sistêmico, da esclerodermia, da polimiosite ou da artrite reumatóide.

Pode efetuar-se uma análise de sangue para detectar um anticorpo antiproteína ribonucleica (anti-RNP), presente na maioria dos casos de doença mista do tecido conjuntivo. Valores altos deste anticorpo, na ausência dos outros anticorpos observados no lúpus, são específicos desta doença.

Tratamento

O seu tratamento é semelhante ao do lúpus. Os corticosteroides são quase sempre eficazes, especialmente quando a doença se diagnostica no princípio. Os casos ligeiros podem ser tratados com aspirina, outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, quinacrina ou medicamentos semelhantes, ou doses muito baixas de corticosteroides. Quanto mais grave for a doença, maior será a dose de corticosteroides necessária. Nos casos graves também podem estar indicados os medicamentos imunossupressores.

Em geral, quanto mais avançada estiver a doença e maior for a lesão do órgão, menos eficaz é o tratamento. Por outro lado, é menos provável que respondam ao tratamento as afecções de pele e do estômago semelhantes à esclerodermia.


Esclerodermia


Esclerodermia é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, ligada a fatores autoimunes. Sua principal característica é o endurecimento (esclero) da pele (dermia), que se torna mais espessa, brilhante e escura nas áreas afetadas.
Tipos
A enfermidade é mais frequente nas mulheres e pode ser classificada em esclerodermia localizada, ou em placas, e esclerodermia sistêmica.
A localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. De acordo com o aspecto, é chamada de morféa (manchas) ou linear (em faixas). Raramente evolui para a esclerose sistêmica.
Na forma sistêmica, a doença agride não só a pele, mas também os pulmões, rins, esôfago, vasos sanguíneos, articulações, estruturas nas quais pode provocar fibrose.
Causas
Não se conhece a causa dessa doença considerada reumatológica, que não é contagiosa nem hereditária, apesar de terem sido registrados casos em pessoas da mesma família. Existem hipóteses sem confirmação de que alguns fatores, como temperatura baixa, estresse, exposição a produtos químicos e a toxinas resultantes de infecção por vírus e bactérias possam desencadear o processo.
Sintomas
Geralmente, as primeiras alterações se manifestam pelas alterações de temperatura (fenômeno de Raynaud). As mãos e os pés ficam muito frios, os dedos inchados, pálidos e arroxeados, porque os vasos sanguíneos se contraem. Quando a circulação é restabelecida, eles ficam bem vermelhos antes de voltar à cor normal.
Dor e rigidez nas articulações, aranhas vasculares, feridas nas pontas dos dedos e depósitos de cálcio na pele podem ser outros sintomas iniciais da doença.
Na esclerodermia sistêmica, a formação de tecido fibroso e cicatricial nos vasos, coração, rins, esôfago e pulmões, por exemplo, acarreta perturbações gástricas, respiratórias, cardiovasculares e hipertensão.
Diagnóstico
Como os sintomas são comuns a várias doenças do tecido conjuntivo, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial, que se baseia no levantamento da história do paciente, na avaliação clínica e no exame de sangue para detectar a presença dos autoanticorpos típicos da doença.
Tratamento
O tratamento varia segundo as características específicas do tipo de esclerodermia. Via de regra, está voltado para o controle da inflamação, alívio dos sintomas e para retardar a evolução da doença. Em alguns casos, são indicados os seguintes medicamentos: antiinflamatórios não esteroides (AINES), penicilamina, corticosteroides e imunossupressores como o metotrexate.
Entretanto há casos em que a medicação conhecida não demonstra eficácia e não é usada.
Fisioterapia e uso tópico de produtos para a pele são recursos terapêuticos importantes.
Recomendações
* Procure assistência médica para diagnóstico, se notar alterações na pele que possam ser atribuídos à esclerodermia;
* Portadores de esclerodermia devem passar por avaliações periódicas, a fim de controlar a evolução da doença e introduzir o tratamento específico para o caso.